O Presidente da República tem “vergonha” da gritante desigualdade social em Portugal e exigiu “uma estratégia de combate à pobreza”. “É uma vergonha nacional”, insistiu Marcelo.
Na sessão de encerramento de um debate sobre as desigualdades sociais e a pobreza, realizado na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o chefe de Estado apontou o dedo a quem deliberadamente procura ignorar esta triste realidade.
“Temos de ser capazes de fazer chegar à sociedade portuguesa a seguinte mensagem: ninguém é feliz ou pode ser feliz fingindo que não existe pobreza ao seu lado”, avisou.
Marcelo admitiu ter “vergonha” da forma como Portugal vai deixando alastrar o problema.
“É uma vergonha nacional sermos, em 2017, e agora já em 2018, das sociedades mais desiguais e com tão elevado risco de pobreza na Europa”, insistiu o Presidente da República,
A principal figura da nação exigiu aos responsáveis políticos, em particular, e à sociedade, em geral, medidas concretas para enfrentar a pobreza. Concretas e “urgentes”.
“É urgente juntar ao crescimento e ao emprego uma estratégia autónoma nacional de combate à pobreza, para a sua erradicação, não esperando que um dia os avanços da economia cheguem àqueles que, nessa altura, ou não pertencerão já ao número dos vivos, ou cuja pobreza é tal que toda a recuperação é inviável”, considerou.
Isto porque Marcelo discorda da tese de que “a solução passa exclusiva ou quase exclusivamente pelo crescimento que gera emprego e que acabará por chegar, mais tarde ou mais cedo, aos mais pobres dos pobres”, dado que tal nunca acontece na prática.
Essa “estratégia nacional” será o único caminho “condizente com o realismo da Constituição da República Portuguesa”, que se baseia no “personalismo assente na dignidade da pessoa humana”.
“O que temos é de decidir o que queremos e não esperar por mais crises futuras, assim desperdiçando o tempo que vivemos”, concluiu o Presidente.
Fonte:http://portugaledetodos.com